Século I
SANTOS INOCENTES - 28 DE DEZEMBRO
PROTETORES DAS CRIANÇAS ABANDONADAS E QUE SOFREM TIRANIAS
O Dia dos Santos Inocentes é uma celebração cristã em homenagem aos Santos Inocentes, os meninos assassinados no evento bíblico que ficou conhecido como Massacre dos Inocentes, relatado em Mateus 2:16-18, festejada entre os dias 27 e 29 de dezembro, dependendo da denominação cristã.
Comemoração
A comemoração do massacre dos "Santos Inocentes" - considerados por muitos cristãos como sendo os primeiros mártires - apareceu primeiro como uma festa na igreja ocidental no "Sacramentário Leonino" (ca. 485 d.C.).
As primeiras comemorações estavam ligadas à Festa da Epifania, em 6 de janeiro: Prudêncio menciona os Inocentes em seu hino sobre a Epifania.
Leão Magno, em suas homilias sobre a Epifania, fala sobre os Inocentes.
Fulgêncio de Ruspe (séc. VI) também compôs uma homilia (De Epiphania, deque Innocentum nece et muneribus magorum - "Sobre a Epifania e sobre o assassinato dos Inocentes e os presentes dos Magos").
Atualmente, a data da festa varia.
Para os sírios ocidentais (Igreja Ortodoxa Síria, Igreja Católica Siro-Malancar e a Igreja Maronita) e os sírios orientais (Igreja Católica Caldeia e a Igreja Católica Siro-Malabar), o dia é 27 de dezembro.
Já a Igreja Ortodoxa comemora os Inocentes em 29 de dezembro.
Para a Igreja Católica, Igreja da Inglaterra e a Igreja Luterana, a data é 28 de dezembro.
EVANGELHO DE SÃO MATEUS (2,16-23):
O MASSACRE DOS INOCENTES
Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos.
17 Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: 18 Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolação, porque já não existem (Jer 31,15)!
19 Com a morte de Herodes, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse:
20 Levanta-te, toma o menino e sua mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a vida do menino. 21 José levantou-se, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel.
22 Ao ouvir, porém, que Arquelau reinava na Judéia, em lugar de seu pai Herodes, não ousou ir para lá. Avisado divinamente em sonhos, retirou-se para a província da Galiléia.
23 e veio habitar na cidade de Nazaré para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Será chamado Nazareno.
Somente a monstruosidade de uma mente assassina, cruel e desumana, poderia conceber o plano executado pelo sanguinário rei Herodes: eliminar todas os meninos nascidos no mesmo período do nascimento de Jesus para evitar que vivesse o rei dos judeus. Pois foi isso que esse tirano arquitetou e fez.
Impossível calcular o número de crianças arrancadas dos braços maternos e depois trucidadas. Todos esses pequeninos se tornaram os "santos inocentes", cultuados e venerados pelo Povo de Deus. Eles tiveram seu sangue derramado em nome de Cristo, sem nem mesmo poderem "confessar" sua crença.
Quem narrou para a história foi o apóstolo Mateus, em seu Evangelho. Os reis magos procuraram Herodes, perguntando onde poderiam encontrar o recém-nascido rei dos judeus para saudá-lo. O rei consultou, então, os sacerdotes e sábios do reino, obtendo a resposta de que ele teria nascido em Belém de Judá, Palestina.
Herodes, fingindo apoiar os magos em sua missão, pediu-lhes que, depois de encontrarem o "tal rei dos judeus", voltassem e lhe dessem notícias confirmando o fato e o local onde poderia ser encontrado, pois "também queria adorá-lo".
Claro que os reis do Oriente não traíram Jesus. Depois de visitá-lo na manjedoura, um anjo os visitou em sonho avisando que o Menino-Deus corria perigo de vida e que deveriam voltar para suas terras por outro caminho. O encontro com o rei Herodes devia ser evitado.
Eles ouviram e obedeceram. Mas o tirano, ao perceber que havia sido enganado, decretou a morte de todos os meninos com menos de dois anos de idade nascidos na região. O decreto foi executado à risca pelos soldados do seu exército.
A festa aos Santos Inocentes acontece desde o século IV. O culto foi confirmado pelo papa Pio V, agora santo, para marcar o cumprimento de uma das mais antigas profecias, revelada pelo profeta Jeremias: a de que "Raquel choraria a morte de seus filhos" quando o Messias chegasse.
Esses pequeninos inocentes de tenra idade, de alma pura, escreveram a primeira página do álbum de ouro dos mártires cristãos e mereceram a glória eterna, segundo a promessa de Jesus. A Igreja preferiu indicar a festa dos Santos Inocentes para o dia 28 de dezembro por ser uma data próxima à Natividade de Jesus, uma vez que tudo aconteceu após a visita dos reis magos. A escolha foi proposital, pois quis que os Santinhos Inocentes alegrassem, com sua presença, a manjedoura do Menino Jesus.